Gatos comunitários desaparecem em condomínio e moradores são multados por alimentar os animais
Em Campo Grande (MS), moradores denunciam sumiço de felinos que viviam há mais de sete anos no Residencial Flamingos e contestam aplicação de multas de até R$ 1,5 mil por oferecer ração nas áreas comuns

Polêmica em condomínio: sumiço de gatos comunitários e aplicação de multas geram revolta entre moradores
Moradores do condomínio Residencial Flamingos, localizado em Campo Grande (MS), estão denunciando o desaparecimento repentino de ao menos cinco gatos comunitários que viviam há mais de sete anos nas dependências do residencial. Os felinos, que não possuem tutor definido, faziam parte da rotina do local e eram alimentados por alguns condôminos – prática que agora está gerando multas que chegam a até R$ 1,5 mil.
O regulamento interno do condomínio proíbe expressamente o depósito de qualquer item em áreas de uso comum, o que inclui potes de ração ou água. A norma é amparada pela cláusula que trata dos deveres dos moradores, prevendo penalidades em caso de descumprimento. Ainda assim, muitos residentes questionam a rigidez da medida e a falta de sensibilidade diante da situação dos animais.
“É revoltante. Os gatos estão sumindo e não sabemos o que aconteceu com eles. O mais triste é que agora estão sem comida e sem água”, desabafa uma moradora, que preferiu não se identificar.
Ela afirma já ter recebido aproximadamente R$ 7 mil em multas por alimentar os gatos e relata dificuldades em encontrar lares para adoção, já que as ONGs da cidade estariam superlotadas.
Por outro lado, o síndico do Residencial Flamingos sustenta que a presença de animais soltos representa risco à saúde pública e ao bem-estar dos próprios moradores. Ele afirma que os gatos causam incômodos como fezes, urina e vômitos nas áreas de circulação e junto aos veículos. Segundo ele, já foi encaminhado um ofício ao CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), mas o órgão apenas recolhe animais doentes, não os aparentemente saudáveis.
Ainda de acordo com a administração do condomínio, as multas aplicadas têm caráter educativo, com o objetivo de evitar a presença de felinos e de outros animais silvestres atraídos pela comida deixada em locais inadequados.
Enquanto a gestão se apoia no cumprimento das normas internas, os condôminos clamam por alternativas mais humanizadas e cobram esclarecimentos sobre o paradeiro dos gatos desaparecidos. O caso acende o alerta para o delicado equilíbrio entre a convivência em comunidade, a legislação condominial e o direito ao bem-estar animal.
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