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Criminosos se passam por visitantes para invadir condomínios

Especialista em segurança destaca como a falta de protocolos adequados facilita a ação de bandidos em condomínios residenciais


Criminosos se passam por visitantes para invadir condomínios

Ladrões entram em condomínios como se fossem prestadores de serviços ou visitantes

Especialista em segurança diz que os bandidos se aproveitam das fragilidades dos condomínios para praticar o crime e diz o que é preciso fazer para se proteger.

Falhas nos protocolos de segurança são a ajuda mais preciosa para qualquer ato criminoso. E isso vale tanto para uma penitenciária quanto para um condomínio residencial.

Dois homens vestidos com o uniforme de uma companhia de energia se aproximam de um prédio em São Paulo e tocam o interfone. Dizem que vão fazer um serviço e pedem para entrar. O porteiro desconfia e não abre o portão. A dupla desiste. Em uma outra região da cidade, um jovem casal tenta passar pela portaria. Os dois insistem, mas também são barrados.

Em outro vídeo, um casal de adolescentes desce de um carro. Eles dizem que são parentes de um morador. O porteiro não libera a entrada sem confirmação. A dupla ainda insiste por dois minutos e vai embora.

Em um outro vídeo, um homem usando quipá, uma peça do vestuário judeu que cobre a cabeça, tenta convencer o funcionário do condomínio que é amigo de pessoas que moram no prédio. fala rápido, simulando um sotaque, para confundir a portaria. Não dá certo e ele vai embora.

Cenas como essas, registradas quase diariamente por câmeras de segurança, mostram como agem as quadrilhas que invadem condomínios. Em geral, esses bandidos não são violentos. Eles se passam por moradores, prestadores de serviço, entregadores ou visitantes para enganar o funcionário do prédio e conseguir entrar.

Depois de passar pela portaria, os criminosos evitam chamar a atenção. Eles preferem circular onde o fluxo de pessoas e a vigilância costumam ser menores. Os ladrões raramente sabem com antecedência qual apartamento vão invadir. Para escolher o alvo, eles batem de porta em porta e arrombam o que estiver vazio.

"Ele se disfarça e se faz de várias situações que são parecidos com o que acontecem no dia a dia de um condomínio. Ele se disfarça de um prestador de serviço, ele se disfarça de um entregador, de uma encomenda maior, ele se desfaça de próprio morador. Então, se aquele condomínio tem muitas crianças, alunos de escola, ele pode chegar até com roupa de escola, com uma mochila falando no celular", explica o especialista em segurança Chen Gilad.

Uma mulher conseguiu entrar em um prédio. Ela chega apenas com o celular na mão. Meia hora depois, volta para liberar a entrada do comparsa. Eles ficam 45 minutos no prédio. Quando reaparecem, carregam uma mochila e uma bolsa. Agradecem o porteiro e saem com joias, relógios e dinheiro que, segundo a polícia, pegaram de um apartamento.

O especialista em segurança Chen Gilad diz que os bandidos se aproveitam das fragilidades dos condomínios para praticar o crime e explica o que é preciso fazer para se proteger.

“O condomínio tem que se dividir em adequações físicas, que são os portões, eclusas, onde quem está na guarita para ter uma boa visibilidade, por exemplo, o acesso para dentro dela. Segundo, as adequações tecnológicas, o controle de acesso. O condômino também pode tomar algumas medidas preventivas. Quem ele contrata para trabalhar na casa dele? Quem são as pessoas que vão prestar serviço lá na casa dele? E até aquelas coisas básicas de quando você compra alguma coisa pelo e-commerce de depois rasgar o que você comprou - etiqueta, faturas de cartão de crédito. Quanto menos informações a nosso respeito também é melhor”, afirma.

O delegado Fábio Pinheiro Lopes, diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais da Polícia Civil de São Paulo, defende penas mais duras para punir esse tipo de crime.

“Isso tem que ser uma coisa urgente, porque se você for ver hoje no rol dos crimes de furto, um furto praticado em um caixa eletrônico, um furto mediante a meios digitais e até o furto de um animal, tem uma pena mais grave do que um furto simples”, opina Fábio Pinheiro Lopes.


Fonte: Jornal Nacional




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