Na manhã desta terça-feira (16), moradores de um condomínio na Zona Norte de São Paulo relataram que a água fornecida após uma manutenção apresentou coloração turva e forte odor – indícios claros de contaminação durante o serviço.

De acordo com os relatos, a inspeção no reservatório foi realizada no final da semana passada. Desde então, muitos condôminos relataram mal‐estar ao consumir água e passaram a questionar a origem do problema. Ainda não há registros oficiais de doenças, mas há receio comum de contaminação por microrganismos ou produtos químicos.

Em nota, a administração do condomínio admitiu que o serviço foi terceirizado, mas informou que "o cronograma de manutenção foi seguido conforme procedimentos técnicos". Mesmo assim, moradores exigem laudo técnico e análise laboratorial da qualidade da água, além da presença de um profissional habilitado para negociar uma solução.

Especialistas apontam que a limpeza e desinfecção de caixas d'água devem ser realizadas por empresas certificadas, respeitando normas da ANVISA e ABNT, com periodicidade semestral . A falha em seguir esses protocolos pode resultar em contaminação por bactérias, fungos e algas, afetando a saúde dos moradores.

No aspecto legal, o síndico é o responsável pela segurança da água, devendo contratar serviços adequados e supervisioná-los. Em caso de falha, condôminos podem solicitar indenização por danos materiais e morais, embasados em decisões judiciais recentes em que a interrupção no fornecimento de água foi reconhecida como serviço essencial.

Moradores já planejam requerer uma assembleia extraordinária para debater medidas urgentes: exigir relatório técnico, suspender a cobrança de água enquanto não houver qualidade comprovada, e estabelecer um cronograma de manutenção regulado com laudos periódicos.

O caso torna-se emblemático, pois destaca a importância de uma cultura de gestão ativa e responsável na administração de condomínios, especialmente no que tange a serviços essenciais como fornecimento de água.

O condomínio intervém no abastecimento, mas a qualidade da água é responsabilidade do síndico, conforme as normas vigentes — o líder deve agir com transparência e profissionalismo para evitar riscos à saúde dos moradores.