Idosa acusa obra de condomínio por afundamento de casa na zona norte de São Paulo
Moradora da Brasilândia afirma que perdeu o banheiro após início da construção de um condomínio vizinho; construtora nega responsabilidade, e caso expõe riscos em obras próximas a imóveis antigos.

A aposentada Cícera Maria da Conceição, moradora da Brasilândia, zona norte da capital paulista, enfrenta uma realidade dramática desde 2024. Ela perdeu parte da estrutura de sua casa, incluindo o banheiro, após o início das obras de um condomínio residencial vizinho. Segundo a moradora, os danos surgiram logo após a movimentação de terra e as escavações feitas pela construtora.
"Desde que começaram a cavar, tudo começou a ceder. O banheiro afundou e ficou impossível de usar. Preciso contar com os vizinhos até para tomar banho", relatou Cícera, visivelmente emocionada em entrevista ao Balanço Geral, da Record TV.
A casa, onde ela vive há quase duas décadas, apresenta rachaduras, desníveis e afundamentos. Com a perda total do banheiro, Cícera passou a depender da solidariedade da vizinhança para realizar suas necessidades básicas, vivendo em situação de extrema vulnerabilidade.
Construtora nega relação
Em nota, a empresa responsável pela obra do condomínio alega que os problemas estruturais da casa de Cícera são antigos e que não há evidências técnicas de que os danos tenham sido causados pela construção. No entanto, moradores da região relatam que outras casas também apresentaram trincas e rachaduras após o início das escavações, o que reforça a suspeita de correlação entre os danos e a obra em andamento.
Impacto de construções vizinhas
Especialistas em engenharia civil apontam que construções de médio e grande porte exigem avaliação prévia das condições dos imóveis vizinhos, especialmente em bairros com moradias antigas, como é o caso da Brasilândia. O não cumprimento das normas técnicas pode configurar responsabilidade civil da construtora, com obrigação de reparo integral ou indenização.
Direito e responsabilidade
O caso da moradora Cícera evidencia a necessidade de fiscalização rigorosa e de um canal de atendimento ágil para moradores afetados por grandes empreendimentos. De acordo com o Código Civil, o responsável por causar dano a terceiros — ainda que de forma indireta — pode ser obrigado a repará-lo. Caso não haja acordo, a questão pode ser levada ao Judiciário.
Enquanto aguarda uma solução, Cícera segue com fé e esperança de ver sua casa reconstruída e sua dignidade restaurada.
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