Médico agride adolescente durante jogo em condomínio no Ceará e é liberado após fiança
Câmeras de segurança flagraram o momento em que o médico empurra um menino de 13 anos por engano, após confundir a criança com outro garoto; vítima está medicada e traumatizada

Um grave episódio de violência dentro de um ambiente que deveria representar segurança para as famílias chocou moradores de um condomínio residencial em Sobral, no interior do Ceará. Um adolescente de 13 anos foi agredido por um médico durante uma partida de futebol na quadra do prédio, na noite desta quinta-feira (1º). Câmeras de videomonitoramento flagraram o momento em que o homem se aproxima e empurra o menino sem qualquer diálogo prévio.
Segundo relatos, o filho do médico, de cerca de nove anos, teria se machucado no jogo e apontado “um menino de camisa preta” como responsável. Com base apenas nessa informação, o médico foi até a quadra, identificou o adolescente que vestia essa camisa e o agrediu. Após a queda, o garoto ainda teria levado um tapa no rosto ao tentar explicar que não estava envolvido no ocorrido.
O pai da vítima, o engenheiro civil Genaro Santos, afirmou em entrevista que o filho foi medicado com remédios tarja preta após o trauma. Diagnosticado com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), o adolescente está sendo acompanhado por profissionais da psicologia e psiquiatria, que ofereceram suporte imediato à família.
Ainda de acordo com Genaro, ele não conhecia o agressor e só descobriu que ele era morador do mesmo condomínio — que possui cerca de 100 unidades — após o incidente. O caso foi levado à delegacia, onde o médico foi preso em flagrante, mas liberado após pagamento de fiança. A Delegacia Municipal de Sobral segue investigando o caso.
A situação gerou revolta entre os moradores.
“Essa situação deixa a gente aterrorizada. A gente escolhe morar em condomínio para ter segurança, principalmente para os nossos filhos”, disse uma vizinha que preferiu não se identificar.
A família do adolescente pretende processar o médico e buscar reparação judicial. O caso acende um alerta importante para síndicos, gestores e moradores: a convivência em condomínio exige respeito, empatia e mecanismos eficazes de segurança, especialmente quando há crianças envolvidas.
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