Empresário é preso por vender caneta emagrecedora em grupo de condomínio de luxo em Goiânia
Suspeito utilizava as redes sociais e grupos de mensagens do próprio condomínio para comercializar medicamento de uso controlado sem prescrição. Polícia Civil investiga esquema de venda irregular.

Um empresário do ramo de eletrônicos foi preso em Goiânia (GO) após ser flagrado comercializando canetas emagrecedoras de uso controlado, sem prescrição médica. Segundo a Polícia Civil, o investigado não apenas promovia os medicamentos em suas redes sociais, mas também anunciava os produtos em grupos de mensagens do condomínio de luxo onde reside, prática que acendeu um alerta sobre o uso indevido de canais internos em empreendimentos residenciais para fins ilícitos.
De acordo com o delegado Alex Rodrigues, responsável pela Operação Caixa de Pandora, o empresário utilizava os grupos de WhatsApp dos moradores como uma vitrine para a venda dos medicamentos, o que pode configurar crime contra a saúde pública e infração à legislação sanitária.
“O investigado se valia de suas redes sociais para anunciar a venda de medicamentos, inclusive em grupos de troca de mensagens instantâneas do condomínio onde reside”, explicou o delegado.
Em seu depoimento, o suspeito afirmou que a caneta emagrecedora havia sido adquirida por sua sogra, que não pôde utilizá-la. Na tentativa de evitar prejuízo financeiro, ele decidiu revender o produto. No entanto, a comercialização de medicamentos como a caneta injetável sem receita médica configura venda irregular, uma vez que tais substâncias exigem controle rigoroso por parte da Anvisa e das autoridades de saúde.
A operação policial teve início há dois meses, após uma denúncia anônima indicar que o empresário estaria vendendo medicamentos de forma ilegal. A Polícia Civil então deflagrou a Operação Caixa de Pandora, que cumpriu mandados de busca e apreensão em dois endereços: um apartamento em um condomínio de alto padrão, onde o suspeito mora, e um imóvel comercial usado para revenda de eletrônicos. Em uma das residências, os agentes apreenderam uma unidade da caneta emagrecedora, além de celulares e um notebook que podem conter registros das transações realizadas.
Apesar da apreensão de apenas uma caixa do medicamento, as investigações indicam que o suspeito pode ter movimentado uma quantidade significativamente maior do produto. Isso porque ele costumava enviar fotos aos interessados com imagens que mostravam diversos exemplares da substância, o que reforça a hipótese de reincidência e comercialização em maior escala.
O investigado foi preso no momento em que os mandados foram cumpridos, mas acabou sendo liberado após audiência de custódia. Ainda assim, ele continua sendo investigado por crime de venda irregular de medicamentos, o que pode resultar em penalidades severas, incluindo reclusão e multa.
O caso chamou a atenção para os riscos de práticas irregulares dentro de condomínios residenciais. O uso de grupos internos para comércio ilícito compromete não apenas a segurança dos moradores, mas também a imagem e a gestão condominial. Administradoras e síndicos devem reforçar os protocolos de fiscalização e promover campanhas de conscientização sobre o uso adequado dos canais de comunicação internos.
Além do risco à saúde dos consumidores, a venda de medicamentos sem controle configura infração grave à legislação sanitária brasileira. A Anvisa alerta que substâncias como a caneta emagrecedora só podem ser adquiridas com receita médica e por meio de estabelecimentos devidamente licenciados.
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