Estado de São Paulo registra cinco roubos ou furtos a condomínios por dia em 2025
Mesmo com sistemas avançados de segurança, quadrilhas desafiam condomínios em áreas nobres; especialistas alertam para falhas humanas e tecnológicas

A segurança condominial tem sido colocada à prova diante da crescente atuação de quadrilhas especializadas em invadir prédios residenciais, inclusive nas regiões mais nobres do estado de São Paulo. Dados da Secretaria da Segurança Pública revelam que, nos três primeiros meses de 2025, foram registrados 475 casos de roubo ou furto em condomínios — uma média alarmante de cinco ocorrências por dia.
Nem as tecnologias mais avançadas têm sido suficientes para barrar os criminosos. Grades, portões duplos, câmeras de segurança e até sistemas de reconhecimento facial vêm sendo contornados por criminosos bem informados e preparados. Prova disso é o recente assalto a um edifício no bairro de Higienópolis, um dos mais tradicionais e bem policiados da capital paulista, localizado inclusive na mesma rua de um batalhão da Polícia Militar.
A quadrilha, formada por pelo menos oito criminosos, utilizou um carro clonado com as mesmas características do veículo de um morador para acessar a garagem. Após a buzina, os porteiros liberaram o segundo portão, permitindo a entrada. Falhas recorrentes no reconhecimento facial facilitaram a movimentação dos criminosos pelo interior do prédio, que culminou na invasão de pelo menos seis apartamentos.
Uma das moradoras relatou o pânico vivido: “Eu estava dormindo, fui acordada com meu pai e um dos bandidos. Eles pediram joias, cofres, tudo que tinha lá.”
De acordo com testemunhas, os criminosos passaram horas observando a movimentação no prédio antes de agir, evidenciando planejamento e conhecimento prévio da rotina condominial.
Especialistas reforçam que a vulnerabilidade não está apenas nos equipamentos, mas também na falha de protocolos operacionais. Alecsandro Rocha, gerente corporativo de segurança, afirma que os condomínios precisam revisar constantemente seus sistemas de acesso e investir em soluções com inteligência artificial, capazes de identificar não apenas rostos, mas comportamentos suspeitos, armas e vestimentas como toucas.
A recomendação é clara: síndicos e administradoras devem adotar uma postura proativa, buscando constantemente a atualização tecnológica e o treinamento das equipes de portaria, além de campanhas internas de conscientização entre os moradores.
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