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Manaus pode ganhar “Selo Condomínio Inclusivo” para reconhecer boas práticas de acessibilidade

Projeto de lei propõe certificação a condomínios que adotarem medidas inclusivas para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida na capital amazonense

Câmara Municipal de Manaus
Manaus pode ganhar “Selo Condomínio Inclusivo” para reconhecer boas práticas de acessibilidade Imagem ilustrativa

Manaus pode ganhar “Selo Condomínio Inclusivo” para reconhecer boas práticas de acessibilidade

A Câmara Municipal de Manaus (CMM) começou a analisar um projeto de lei que propõe a criação do “Selo Condomínio Inclusivo”, uma iniciativa que visa incentivar práticas de acessibilidade e inclusão em condomínios residenciais e comerciais da capital amazonense. A proposta é de autoria do vereador Kennedy Marques (PMN) e tem como objetivo reconhecer empreendimentos que adotem medidas concretas para garantir autonomia e segurança a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

Segundo o parlamentar, a medida pretende estimular síndicos, administradoras e moradores a repensarem a estrutura dos espaços coletivos, promovendo o direito à cidade de forma igualitária.

“O selo será uma forma de valorizar condomínios que cumprem com seu papel social, garantindo acessibilidade e dignidade a todos os moradores e visitantes”, afirmou Kennedy durante sessão na Câmara.

O texto do projeto estabelece que, para receber o selo, o condomínio deverá atender a critérios técnicos de acessibilidade baseados em normas da ABNT — especialmente a NBR 9050, que trata da acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rampas com inclinação adequada, elevadores com botões em braile, sinalização visual e tátil, corrimãos contínuos, portas adaptadas, pisos táteis e banheiros acessíveis estão entre os requisitos.

Além da estrutura física, também poderão ser considerados os protocolos de inclusão social adotados pelo condomínio, como capacitação de funcionários para atendimento a pessoas com deficiência, instalação de sistemas de alerta sonoro e visual em situações de emergência, e existência de canais de escuta e mediação para demandas de acessibilidade.

A concessão do selo será realizada pela Prefeitura de Manaus, por meio de órgão a ser designado na regulamentação da lei, que ficará responsável por fiscalizar, certificar e reavaliar os condomínios periodicamente. A ideia, segundo o projeto, é criar também um banco de dados público com os empreendimentos certificados.

Repercussão positiva

A proposta foi bem recebida por entidades ligadas à defesa dos direitos das pessoas com deficiência, que consideram o projeto um avanço necessário frente aos desafios de acessibilidade nos espaços residenciais privados. Em nota, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE-Manaus) destacou que“a falta de estrutura nos condomínios é uma das barreiras mais invisíveis, porém mais opressoras, enfrentadas por pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida diariamente”.

Especialistas também apontam que o selo pode agregar valor ao imóvel, uma vez que empreendimentos acessíveis tendem a ter maior valorização de mercado e atratividade para um público mais amplo.

“É uma questão não apenas de inclusão, mas de visão estratégica no mercado imobiliário”, pontuou o engenheiro civil e perito técnico Rafael Figueira.

Próximos passos

O projeto segue em tramitação nas comissões temáticas da Câmara Municipal de Manaus e, se aprovado em plenário, seguirá para sanção do prefeito. A expectativa é de que o selo possa começar a ser emitido a partir de 2026, com um cronograma de adesão voluntária dos condomínios.

O “Selo Condomínio Inclusivo” se soma a outras iniciativas já em andamento em diversas cidades brasileiras, como São Paulo, Brasília e Curitiba, que buscam integrar os conceitos de acessibilidade, inclusão e sustentabilidade na gestão condominial contemporânea.




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