Sargento da PM do DF agride mulher em garagem de condomínio após briga de trânsito
Imagens de câmera de segurança registraram o momento da agressão em Taguatinga Sul; policial foi afastado e está sob investigação da Corregedoria

PM é flagrado agredindo mulher em garagem de condomínio no DF; Corregedoria investiga o caso
Um sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi flagrado por câmeras de segurança agredindo fisicamente uma mulher dentro da garagem de um condomínio em Taguatinga Sul, região administrativa do DF. O caso aconteceu no dia 20 de maio, mas só ganhou repercussão após a divulgação das imagens nesta semana. A Corregedoria da corporação já instaurou procedimento para apurar a conduta do policial.
De acordo com o registro feito pela 15ª Delegacia de Polícia, a vítima, Karla Cristina, é psicopedagoga e foi atacada após uma discussão com o sargento Antônio Haroldo Camelo da Silva, de 56 anos. Segundo ela, o policial havia estacionado de forma irregular, bloqueando a entrada da garagem, e se exaltou quando ela tentou registrar a placa do veículo.
As imagens mostram o momento em que o sargento se aproxima de Karla e inicia uma série de agressões: ele a empurra, a derruba com uma rasteira e desferiu ao menos um chute, mesmo com a mulher já caída no chão. Moradores relataram gritos de socorro vindos da garagem.
A vítima sofreu escoriações, hematomas no joelho, na perna e nas costas, além de dores cervicais, sendo encaminhada a atendimento médico e afastada do trabalho para recuperação. O boletim de ocorrência foi registrado como lesão corporal e injúria.
PMDF afasta policial e suspende porte de arma
Em nota oficial, a Polícia Militar do DF informou que o sargento foi afastado das funções operacionais, teve o porte de arma suspenso e será submetido a processo administrativo disciplinar. A corporação ressaltou que não compactua com qualquer tipo de violência, especialmente contra mulheres, e que o militar estava inscrito em programas de capacitação desde 2024.
O policial alegou, em depoimento, que “não se lembrava da sequência dos atos”, justificando que estava "nervoso" no momento da agressão.
Repercussão e posicionamento da vítima
A vítima, Karla Cristina, lamentou o ocorrido e afirmou que teme represálias. Ela também destacou que, por se tratar de um agente público, o episódio é ainda mais grave.
“Se ele age assim fora do horário de serviço, o que podemos esperar quando ele está armado e em função?”, questionou.
Organizações de defesa dos direitos das mulheres e moradores do condomínio também se manifestaram cobrando providências mais severas.
Consequências e investigação
A Polícia Civil investiga o caso, que pode resultar em responsabilização criminal e disciplinar do sargento. A Corregedoria da PMDF acompanha os desdobramentos. A agressão levanta preocupações quanto à conduta de policiais fora do horário de serviço e à segurança de mulheres em ambientes residenciais.
O caso reacende o debate sobre o comportamento de agentes da segurança pública e o compromisso das instituições com a responsabilização de seus membros. A expectativa é de que o inquérito policial seja concluído nas próximas semanas, podendo culminar em ação penal contra o agressor.
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