A Justiça do Piauí concedeu liberdade ao advogado Eduardo Castro, preso na última sexta-feira (4) sob suspeita de desviar recursos de condomínios residenciais em Teresina. Conforme as investigações conduzidas pelo 21º Distrito Policial, o profissional teria transferido cerca de R$ 40 mil para sua conta pessoal, enquanto exercia o cargo de síndico em um dos empreendimentos.

A decisão que revogou a prisão preventiva foi assinada pelo desembargador José Vidal de Freitas Filho. O magistrado considerou válida a substituição do encarceramento por medidas cautelares menos gravosas, como o uso de tornozeleira eletrônica. Na fundamentação, o desembargador destacou que, embora houvesse indícios de reiteração criminosa, o réu possui residência fixa, bons antecedentes, é primário e responde por crimes sem violência ou grave ameaça.

Além da monitoração eletrônica por 180 dias, Eduardo deverá comparecer ao juízo a cada dois meses para justificar suas atividades e está proibido de se ausentar da comarca por mais de sete dias sem autorização judicial. A defesa alegou que o advogado sofre de problemas de saúde mental incompatíveis com o ambiente prisional, argumento também acolhido na decisão.

De acordo com a Polícia Civil, Eduardo Castro é investigado pelos crimes de estelionato e apropriação indébita. As apurações indicam que ele administrava vários condomínios na capital e usava transferências entre contas bancárias para tentar disfarçar os desvios. Pelo menos sete condomínios teriam sido vítimas das fraudes. Boletins de ocorrência foram registrados em diferentes delegacias de Teresina.

A decisão gerou repercussão no setor condominial da capital, levantando novamente o debate sobre a fiscalização de síndicos e a transparência na gestão de recursos coletivos.