Um levantamento recente acendeu o alerta no mercado imobiliário brasileiro: o valor do aluguel residencial em diversos bairros do país disparou nos últimos três meses, com aumentos que chegam a 74%. As maiores altas foram registradas em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, onde a pressão por localização privilegiada e escassez de imóveis disponíveis tem elevado significativamente os preços.

O bairro de Cabula, em Salvador, liderou o ranking nacional, com uma variação impressionante de 74% no valor médio dos aluguéis, segundo a pesquisa divulgada pelo QuintoAndar e DataZAP. No Rio de Janeiro, locais como o Jardim Botânico registraram aumentos próximos a 50%, enquanto em São Paulo, bairros da Zona Leste como Artur Alvim tiveram saltos superiores a 40%.

Especialistas apontam que a valorização acelerada em regiões antes consideradas mais acessíveis está relacionada à retomada da demanda pós-pandemia, ao crescimento do trabalho híbrido e à escassez de unidades para locação em áreas com infraestrutura consolidada. Além disso, o encarecimento do crédito imobiliário e a dificuldade de compra da casa própria têm levado mais pessoas ao mercado de aluguel, elevando ainda mais os valores.

O fenômeno tem afetado principalmente famílias de classe média, que veem sua renda comprometida diante dos reajustes acima da inflação. Com isso, cresce o número de renegociações de contratos, mudanças forçadas para regiões mais periféricas e inadimplência por parte de inquilinos.

Para o setor condominial e gestores de imóveis, o momento exige atenção redobrada na precificação, transparência nas cláusulas contratuais e estratégias que conciliem rentabilidade ao proprietário e estabilidade ao morador. A tendência de valorização deve se manter nos próximos meses, pressionando ainda mais o custo de vida nas grandes cidades.