Idosa de 101 anos é carregada por vizinhos após prédio ficar sem energia no DF
Moradores do Edifício Pérola enfrentam condições extremas após corte de energia elétrica por suposta ligação clandestina; Justiça já determinou o restabelecimento imediato do serviço

Uma idosa de 101 anos precisou ser carregada pelos vizinhos para sair de casa após o Edifício Pérola, em Vicente Pires (DF), ficar sem energia elétrica desde a última sexta-feira (12/4). Com os elevadores fora de operação, moradores relatam que enfrentam condições extremas e que diversas pessoas do prédio necessitam de energia para sobreviver, como no caso de uma moradora com doenças crônicas que depende de medicamentos refrigerados.
Diante da situação crítica, a Associação de Proprietários do Edifício acionou o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), que determinou, por meio de decisão da 3ª Vara Cível de Águas Claras, o restabelecimento imediato do serviço. A juíza de direito substituta Bruna Araújo Coé Bastos concedeu tutela de urgência obrigando a concessionária Neoenergia Distribuição Brasília a religar a energia elétrica no prazo de 24 horas, sob pena de multa diária de R$ 500, limitada a R$ 20 mil.
Apesar da ordem judicial emitida no início da semana, o fornecimento ainda não havia sido restabelecido até a manhã desta quinta-feira (17/4). Os moradores seguem convivendo com os transtornos causados pela ausência de energia, e continuam buscando alternativas judiciais e administrativas para garantir a normalização do serviço.
A Neoenergia justificou a interrupção com base na constatação de uma ligação clandestina no prédio. De acordo com nota enviada pela empresa no sábado (13/4), os moradores foram notificados no dia 9/4 sobre a retirada da ligação irregular, apontada como crime de furto de energia conforme o artigo 155 do Código Penal. A concessionária afirmou, ainda, que o restabelecimento da energia dependeria de autorização judicial — já concedida, segundo a decisão do TJDFT.
Até o momento, a Neoenergia não confirmou se cumprirá a decisão judicial. A empresa foi procurada novamente, mas não havia retornado até a última atualização desta matéria.
A situação gera forte comoção entre os moradores e levanta discussões sobre os limites das ações das concessionárias, o papel da Justiça em garantir direitos fundamentais e os desafios enfrentados por moradores de condomínios em situações de vulnerabilidade. A moradia digna, especialmente para idosos e pessoas com necessidades especiais, volta ao centro do debate condominial e social.
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