Três estudantes universitários que residem no condomínio Residencial Boa Vista, na região Norte de Anápolis (GO), decidiram recorrer à Justiça após descobrirem que suas chaves eram idênticas e permitiam acesso mútuo aos apartamentos. A descoberta foi feita após um furto ocorrido em março de 2024, no qual os jovens perderam notebooks utilizados em suas atividades acadêmicas.

A falha grave de segurança expôs uma vulnerabilidade estrutural no condomínio, que funciona como residência estudantil. Conforme relataram, os estudantes só perceberam o problema após os arrombamentos, quando notaram que as fechaduras dos apartamentos apresentavam a mesma combinação.

Desde então, os moradores afetados tentam responsabilizar os antigos administradores do prédio e a imobiliária Morada Imóveis, sem sucesso. A empresa indicou que o ex-proprietário, identificado como Sr. Fernando, teria demonstrado disposição para resolver a questão, conforme comunicado enviado aos estudantes. No entanto, segundo o advogado das vítimas, Dr. Tancredo, o valor ofertado para cobrir os prejuízos foi inferior ao valor real dos equipamentos, sob justificativa de que os itens estavam usados.

Além disso, as tentativas de negociação com a Morada Imóveis, como abatimento parcial nos aluguéis ou ressarcimento da troca das fechaduras, também fracassaram. Com isso, os estudantes arcariam sozinhos com todos os custos, mesmo após uma falha de segurança potencialmente evitável.

Procurados pela imprensa, nem a imobiliária nem o ex-proprietário retornaram aos contatos até o momento. O espaço segue aberto para manifestações.

Especialistas em direito condominial alertam que a responsabilidade pela segurança estrutural dos imóveis, especialmente em casos de falha grave como chaves idênticas, pode recair tanto sobre o construtor quanto sobre o administrador ou locador, dependendo do contrato e das evidências.

O caso reforça a necessidade de vistorias rigorosas em imóveis destinados a locação coletiva e levanta o debate sobre a responsabilidade das imobiliárias na gestão e fiscalização de propriedades, especialmente em cidades com alta demanda estudantil, como Anápolis.