Barulho, poeira e multas marcam obra de condomínio no catete e geram revolta entre moradores
Construção do Acqua Village Residence Club é alvo de denúncias por perturbação sonora e sujeira na rua, com sete multas aplicadas pela prefeitura

Obra de condomínio no Catete acumula denúncias, barulho fora do horário e sete multas da prefeitura
A construção do Acqua Village Residence Club, na Rua Silveira Martins, 139, no bairro do Catete, Zona Sul do Rio de Janeiro, se tornou motivo de indignação entre moradores da região. Segundo denúncias, o canteiro de obras tem operado em horários proibidos, inclusive na madrugada e fins de semana, além de espalhar poeira por diversas vias próximas.
Relatos dão conta de que o barulho de caminhões, máquinas e gritos de operários começa ainda antes das 5h e se estende além das 17h, violando os limites estabelecidos para obras em áreas residenciais.
“Mesmo de noite eles continuam fazendo um barulho alto, e não dão nenhuma satisfação”, afirmou Carlos Leal, síndico de um edifício em frente à obra.
Ele relatou ainda que precisou usar uma caixa de som em protesto para chamar atenção ao problema.
A movimentação dos caminhões e o uso de perfuratrizes semelhantes a bate-estacas foram apontados como as principais fontes de ruído, chegando a causar desconforto até mesmo nos moradores da Rua do Catete, a cerca de 100 metros de distância. A poeira gerada também comprometeu a limpeza das ruas e chegou até ciclovias, tornando as pistas escorregadias para ciclistas e pedestres.
Felipe Costa, morador da Rua Silveira Martins, 147, afirmou que o problema é constante:
“Não se trata de algo pontual. A construtora claramente ignora os horários regulamentares e, pior, há uma sensação de conivência por parte da fiscalização.”
A construtora responsável pela obra, a Klacon Engenharia, negou as acusações. Segundo o diretor da empresa, Mauricio Klajman, o trabalho não ocorre de madrugada e o barulho seria apenas o movimento de operários chegando ao local. Ainda assim, ele admitiu que, em “casos raros”, há operações como a concretagem que ultrapassam o horário permitido.
A respeito da poeira, Klajman afirmou que um sistema de lava-rodas está sendo instalado na saída do canteiro, e que caminhões de limpeza foram contratados — embora ainda não estejam operando continuamente.
Apesar das negativas da construtora, a Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Licenciamento e da Subprefeitura da Zona Sul, já aplicou sete multas à empresa, além de ter emitido uma intimação exigindo o cumprimento de normas de segurança, respeito ao horário de funcionamento e à limpeza das vias públicas. A construtora afirma não ter sido notificada oficialmente das sanções, mas reconhece que houve contato com a prefeitura.
Enquanto isso, moradores continuam organizando mobilizações em redes sociais e páginas de bairro, pedindo maior rigor na fiscalização e providências urgentes. O caso evidencia um problema cada vez mais recorrente em grandes centros urbanos: o conflito entre o crescimento imobiliário e o direito ao sossego e à qualidade de vida da vizinhança.
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