Síndico por mais de 30 anos em Brusque (SC), Clair Morais se despede da função por questões de saúde
Aos 78 anos, Clair Morais da Silva encerra uma trajetória de mais de três décadas à frente do Residencial Oli Rodrigues, marcado por dedicação à manutenção, convivência harmônica e gestão eficiente

Clair Morais da Silva, de 78 anos, encerra neste mês de maio uma trajetória notável à frente do Residencial Oli Rodrigues, localizado no Centro de Brusque (SC). Natural de Laguna, o aposentado foi síndico do condomínio por mais de 30 anos, sendo 22 deles ininterruptos desde 2003. Com uma gestão marcada pela convivência pacífica, atenção constante à manutenção predial e forte senso de comunidade, Clair deixa o cargo por motivos de saúde.
Com histórico profissional no setor bancário, Clair morou em diversas cidades antes de se estabelecer em Brusque com sua esposa, Ruth dos Santos da Silva. Em 1988, foram um dos primeiros moradores do Residencial Oli Rodrigues, inaugurado naquele ano. Ao longo do tempo, ocupou o cargo de síndico em diferentes períodos, consolidando sua liderança como referência entre os condôminos.
"Todos os problemas sempre foram resolvidos com diálogo. Nunca precisei multar ninguém. Bastava conversar e lembrar o que dizia o regimento", conta Clair, destacando sua habilidade para administrar conflitos com equilíbrio e firmeza.
Durante sua gestão, Clair acompanhou de perto todos os detalhes do cotidiano condominial: organizava despesas, cuidava da prestação de contas, supervisionava manutenções e liderava reformas importantes como a reconstrução da piscina, modernização do salão de festas e transição do sistema elétrico de monofásico para bifásico.
Mesmo com o avanço da idade, ele mantinha a documentação organizada em arquivos e seguia realizando visitas à casa de máquinas – ainda que com menor frequência, dada a atuação de técnicos especializados.
Apesar da convivência pacífica ser uma constante, o síndico enfrentou momentos críticos, como o assassinato da jovem Mislaine Ribeiro da Silva, em 2013, e um incêndio em dezembro de 2024, no mesmo andar em que mora. Em ambos os casos, Clair atuou com serenidade e colaboração às autoridades e moradores, garantindo a segurança e o restabelecimento da ordem no prédio.
A decisão de se afastar, embora difícil, foi motivada por problemas de audição e dificuldade para falar.
“Muitos queriam que eu continuasse, mas hoje minha saúde não permite”, afirma.
No próximo dia 26 de maio, será realizada uma nova eleição, e há possibilidade de uma administradora profissional assumir a gestão do condomínio.
Clair afirma que continuará à disposição para colaborar com os futuros síndicos.
“No dia a dia, a gente acha que é fácil, mas tem muita coisa para cuidar. Ajudar vai ser sempre um prazer, porque esse condomínio é a minha família”, completa.
Sua trajetória reforça o papel essencial do síndico como gestor, líder e mediador nas comunidades condominiais, servindo de inspiração para gestores em todo o país.
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