Cerca de 50 aves morrem após adesivo repelente ser aplicado em condomínio no DF

Vicente Pires, DF – Aproximadamente 50 aves silvestres morreram após ficarem presas em adesivo repelente espalhado em telhados e muros de um condomínio em Vicente Pires, no Distrito Federal. A ação, que tinha como objetivo afastar pombos, acabou causando a morte de diversas aves nativas, incluindo rolinhas e sabiás.

O síndico do condomínio, Aparecido Silva, afirmou que a intenção era apenas afastar os pombos, mas que o produto provocou mortes imediatas e graves danos aos animais. Ele relatou que, junto a uma vizinha, conseguiu resgatar algumas aves, mas muitas já estavam mortas ou em condições críticas, com penas e bicos grudados no adesivo.

A empresa responsável pelo serviço de dedetização afirmou que o produto é regularizado, atóxico e destinado apenas ao afastamento de pombos, negando qualquer intenção de maltratar as aves. Após a constatação do incidente, equipes retornaram ao local para remover o material.

A Delegacia de Repressão aos Crimes Contra os Animais (DRCA) instaurou um inquérito para investigar o caso. Segundo o delegado Jônatas Silva, a aplicação de métodos que causem sofrimento ou morte a animais configura crime e pode resultar em detenção e multa, mesmo que o alvo inicial fossem apenas os pombos.

As aves que sobreviveram foram encaminhadas ao Hospital e Centro de Reabilitação da Fauna Silvestre do Distrito Federal (HFAUS), onde recebem tratamento antes de serem devolvidas à natureza. Especialistas orientam que, em situações de conflito com pombos, moradores devem recorrer a órgãos ambientais como o Ibram e o Ibama, evitando métodos que possam prejudicar outras espécies.