Engenheira ambiental é presa por fraudar licenças e liberar condomínios de luxo em áreas preservadas no Paraná
Polícia Civil aponta esquema de mais de cinco anos que teria beneficiado empreendimentos em áreas de proteção ambiental e gerado lucro milionário com licenças fraudulentas.

Engenheira ambiental é presa por fraudar licenças e liberar condomínios de luxo em áreas preservadas no Paraná
Uma operação da Polícia Civil do Paraná (PC-PR) resultou na prisão de uma engenheira ambiental de 40 anos, suspeita de liderar um esquema milionário de fraudes em licenciamentos ambientais. A prisão ocorreu nesta quarta-feira (1º) em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba.
Segundo as investigações, a engenheira teria falsificado mais de 230 documentos ao longo de pelo menos cinco anos. O objetivo das fraudes era liberar construções de condomínios de luxo, decks e empreendimentos em áreas de preservação ambiental e reservas hídricas que abastecem a capital paranaense e municípios vizinhos.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Guilherme Dias, a suspeita cobrava cerca de R$ 8 mil por cada laudo emitido de forma irregular, acumulando mais de R$ 2 milhões em ganhos ilícitos.
“Diversos tipos de fraudes foram praticados por responsáveis técnicos, incluindo engenheiros ambientais e biólogos. O esquema permitia desde o desmatamento até a instalação de estruturas que colocavam em risco recursos hídricos e ecossistemas inteiros”, afirmou.
O inquérito revelou que a engenheira usava documentos falsos, inseria informações inverídicas no sistema oficial e, em alguns casos, chegou a utilizar nomes de pessoas já falecidas para liberar obras. Também foi constatado que ela declarava falsamente que áreas em questão passariam apenas por “roçada”, para obter dispensas de licenciamento ambiental.
As consequências das fraudes são graves: mais de 300 mil metros quadrados de mata nativa foram desmatados, além do descarte irregular de lixo em áreas de preservação.
A operação, além da prisão preventiva da engenheira, cumpriu sete mandados de busca e apreensão em diferentes localidades. O nome da suspeita não foi divulgado oficialmente pelas autoridades.
O caso expõe não apenas um esquema de corrupção ambiental que coloca em risco o patrimônio natural do Paraná, mas também a vulnerabilidade dos sistemas de controle e fiscalização de licenciamento, essenciais para a proteção de áreas sensíveis e para o desenvolvimento sustentável.
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